sábado, 17 de junho de 2017

Moinhos na poesia (84)

"Sangue Latino"

Jurei mentiras e sigo sozinho,
assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino,
minha alma cativa
Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino,
minha alma cativa.

(Ney Matogrosso, colosso de homem que ontem o embasbacado Reboliço ouviu e viu cantar e bailar na Praça da República, em Beja.)