sexta-feira, 7 de julho de 2017

Ma Loute

Do que o Reboliço gosta mesmo é de descobrir novidades. De cada vez que viu um filme de Bruno Dumont, ficou estupefacto, extasiado, feliz, com as descobertas. Ma Loute viu-o ontem, no pátio da Sé da cidade, a lua quase cheia a subir e a entranhar-se nas nuvens e a tela animada pela aragem da noite e pelo vento da costa norte da França, onde, em 1910, aconteciam as aventuras de uma família de veraneantes no seu lugar de veraneio, as investigações de dois polícias perante misteriosos desaparecimentos e a vida, dura, canibalesca vida, da escassa gente do quartier St. Michel. Descobriu, nele, os rostos perturbadores de Raph e de Brandon Lavieville (e do seu pai, Thierry Lavieville), areia e cascalho, tempestade e céu azul, a melodia de Guillaume Lekeu - e o Typhonium, casa que rende homenagem ao tifo que levou o jovem compositor belga. E confirmou (o que é uma maneira de repetidamente descobrir), entre o talento de Juliette Binoche, de Valeria Bruni-Tedeschi e de Fabrice Luchini, que o amor é a única força que pode salvar.